A Secretaria da Educação do Estado (SEC) realizou, nesta quarta-feira (23), no auditório do órgão, a entrega simbólica de 75 unidades do equipamento OrCam MyEye 2.0 para as unidades voltadas à Educação Especial dos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTEs). Trata-se de um dispositivo tecnológico, acoplado aos óculos, considerado o mais avançado do mundo para prover assistência e reabilitação de pessoas com deficiência visual, melhorando sua qualidade de vida e promovendo inclusão social. A cerimônia contou com as presenças do secretário Jerônimo Rodrigues e de professores e estudantes com cegueira e baixa visão da rede estadual de ensino.
Jeane Geisa dos Santos, estudante do Centro de Apoio Pedagógico (CAP) de Feira de Santana, acompanhada da professora da unidade, Rita Magalhães, foi a primeira a testar o dispositivo. Emocionada com a tecnologia, ela relatou: “Isso é mágico. Esta ferramenta vai me dar possibilidade de leitura dos livros que adquiri ao longo da minha vida para formar a minha biblioteca. Sempre comprei livros, mesmo não enxergando, e, hoje, estou deslumbrada com a chance de poder ler a minha coleção, através do aparelhinho. É um ganho muito precioso para o deficiente visual, porque vai abrir ainda mais a porta da Educação e nos dar a oportunidade de buscar o conhecimento com mais autonomia”.
Atento à fala de Jeane e de todos os demais que expressaram sua alegria com a tecnologia inovadora, o secretário Jerônimo falou sobre a importância da ação. “Esta é uma agenda de inclusão social, comum à rede estadual, e que, junto, vem todo um conjunto de formação e outras atitudes. Estávamos ansiosos para fazer esta entrega, que foi adiada por conta da pandemia e, agora, estamos atuando para fazer a compensação desses quase dois anos. O governador está implementando uma força muito grande na parte de infraestrutura, tecnologia e recursos nas escolas, e temos a questão da inclusão como parte fundamental deste projeto do governo”.
A expectativa para Ítalo Silva, 29, estudante do CAP Kátia Paim, em Salvador, era grande. “Não conhecia o aparelho, mas já tinha informação sobre ele e estou ansioso por esta oportunidade revolucionária, que promete ser um ampliador da assistência inclusiva para nós, cegos”. Da mesma forma, Maurício Sanches Moutinho, 13, do CAP Alberto de Assis, também em Salvador, vislumbrava a possibilidade de conseguir fazer as suas leituras. “Tenho baixa visão e o Orcam My Eye vai me ajudar muito a ler, e não vou precisar usar lupa”.
Conhecidos como wearables, os dispositivos se destinam a monitorar as atividades do corpo humano. “Este equipamento de inteligência e visão artificial conta com um inovador e revolucionário OCR (Optical Character Recognition), que permite o acesso fácil, intuitivo e instantâneo à informação disponível em tempo real e funciona totalmente off-line. O dispositivo tem o peso e tamanho de um pen-drive, além de ser vestível e discreto, para ser acoplado às hastes de óculos comuns, promovendo inclusão social e empoderamento”, explicou Doron Sadka, representante da Mais Autonomia, empresa de tecnologia assistida responsável pelo OrCam MyEye no Brasil.
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