Por conta do trabalho pioneiro de fortalecimento da Educação Escolar Indígena, tanto na rede básica como no Ensino Superior, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) foi a única do país convidada para participar da banca de avaliação dos candidatos que concorrem ao terceiro vestibular indígena da Universidade de Brasília (UnB). Para representar a rede estadual de ensino, o coordenador estadual de Educação Escolar Indígena da SEC, José Carlos Magalhães, irá compor a banca de entrevistas – correspondente à segunda fase do concurso –, que acontece neste domingo (24) e na segunda-feira (25), em sete cidades, entre as quais São Gabriel da Cachoeira (AM), para onde o representante da SEC foi designado.
O coordenador José Carlos Magalhães considera que a participação de um representante da Educação Escolar Indígena da rede estadual na banca de avaliação (formada por professores da UnB e estudantes da pós-graduação indígena) do vestibular indígena da UnB propicia o exercício dos diálogos interculturais, bem como coloca em foco a modalidade educacional e o protagonismo indígena a partir do acompanhamento e assessoramento das atividades e ações direcionadas aos estudantes indígenas nas universidades brasileiras, contribuindo para o fortalecimento e desenvolvimento da formação superior para os povos indígenas do país.
“O convite se deu graças ao fato de a Bahia ser um Estado pioneiro na atuação na Educação Escolar Indígena, com experiências de boas práticas na nossa rede estadual, a exemplo da criação da categoria professor indígena no quadro do magistério baiano e a realização do primeiro concurso público específico para professor indígena do país”, comenta o coordenador.
Vestibular indígena UnB/FUNAI – Supervisionado por um Comitê Gestor – constituído por membros da comunidade acadêmica, com participações docente e discente da FUNAI e do Ministério da Educação (MEC) –, o vestibular indígena da Universidade de Brasília é realizado a partir de um Acordo de Cooperação Técnica com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), firmado em 2015. O concurso tem como objetivo cumprir a política de ação afirmativa a partir do acesso e da permanência de estudantes indígenas nos programas de graduação da instituição de Ensino Superior. As oportunidades atuais são para o ingresso em cursos de graduação na universidade no segundo semestre de 2019. São 85 vagas, distribuídas entre 30 cursos presenciais nos campi Darcy Ribeiro (Asa Norte), Ceilândia (FCE) e Planaltina (FUP), em Brasília.
Só puderam concorrer às vagas os candidatos indígenas que tinham cursado ou que estivessem cursando a maior parte do Ensino Médio em escolas da rede pública ou da rede particular, desde que por meio de bolsa de estudos integral ou parcial. A avaliação consiste em uma prova objetiva e de redação em Língua Portuguesa, a ser realizada neste sábado (23), nos polos regionais das cidades de Aracruz (ES – Aldeia Caieiras Velhas), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Imperatriz (MA), Manaus (AM), São Gabriel da Cachoeira (AM), Tabatinga (AM) e Tacaratu (PE – Aldeia Brejo dos Padres), e, agora, a fase da entrevista pessoal.