Rainha do Congo participa de encontro em colégio estadual, em Salvador

A rainha do Congo, Diambi Kabatusuila, está em Salvador e participou, nesta terça-feira (12), do Encontro com a Educação, no Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia, em Cajazeiras IV. Integrando as ações do Novembro Negro, da Secretaria da Educação do Estado (SEC), o evento promoveu uma troca cultural e debateu a filosofia africana, reforçando a importância da ancestralidade  e o conhecimento sobre a cultura africana.

Em sua terceira visita ao Brasil, Kabatusuila trouxe uma comitiva de embaixadores e integrantes da realeza, com uma agenda de intercâmbio em Educação, Cultura, Moda e Comércio. Ela lidera projetos comunitários para fortalecer e dar autonomia a mulheres, jovens e crianças e vê na Bahia um elo fundamental para unir afrodescendentes brasileiros ao continente africano.

“Precisamos ensinar a verdade sobre a África, berço da humanidade e da civilização. O Brasil pode mostrar ao mundo que, com a integração da diversidade, é possível alcançar um sucesso muito maior. Na casa da Educação, vejo em cada aluno um pouco da minha trajetória, e eles podem se ver em mim. Somos dois lados de uma mesma história”, afirmou a rainha.

O professor e gestor da SEC Deusdete Gomes, representando a secretária da Educação do Estado, Rowenna Brito, destacou a importância da visita como resgate histórico: “Precisamos conhecer nossa história para trilhar nosso futuro. Esses jovens estão sendo contemplados com a presença de uma rainha negra”. Para Aída Dantas Sacramento, 17 anos, estudante do 2º ano de Administração, a presença da rainha reforça o valor da representatividade: “Só passei a me enxergar como menina preta depois que entendi, através da Educação, o papel das mulheres negras no mundo. Ela é uma rainha, é negra, inteligente, empoderada, e posso ser igual a ela”, concluiu.  

Sobre o encontro – O encontro, uma parceria com a Associação Filhos do Congo, incluiu roda de conversa e oficinas de empreendedorismo e artesanato, alinhadas ao Educa Mais Bahia, e atividades do Programa Mulheres Mil, que incentiva o trabalho artesanal local. “A proposta é promover um espaço de diálogo cultural e valorização das tradições africanas, com foco em fortalecer a identidade e o protagonismo juvenil”, esclareceu a diretora da unidade escolar, Firmina de Azevedo.